RELIGIÃO EMPRESTADA

Pr. Antonio Conde

 

“E derribando um deles uma viga, o ferro caiu na água, e clamou e disse:

Ai! Meu Senhor! Porque era emprestado”. II Reis 6:5.

 

O Livro de II Reis 6, narra um fato muito interessante e inusitado. Os profetas aquele tempo, formavam grupos para sua instrução, devoção e ensino. Era por assim dizer, uma amostra do colégio apostólico e dos seminários de nossos dias. Os alunos do profeta Elizeu precisavam de mais um cômodo na casa ou rancho em que moravam e resolveram buscar madeira nas margens do Rio Jordão, para sua obra. O profeta Elizeu foi convidado a ir com eles, e lá, em pleno trabalho o machado de um dos trabalhadores, escapa do cabo e submerge no Jordão. O ferro do machado afundou. Há poucos dias, acompanhamos a submersão da P 36. Que desastre colossal, acompanhado em suas fases pela documentação fotográfica e cinematográfica. Os petroleiros, o povo brasileiro e a companhia, todos torcendo para que o sinistro fosse evitado, mas em vão. Isto é só para lembrar que acidentes existem, variando na sua grandeza e abrangência e responsabilidades: Ai! Meu Senhor, gritou apavorado o aprendiz de profeta (seminarista)! O machado não era meu, era emprestado. Naquele tempo, certamente, o machado era um equipamento ou ferramenta de trabalho, muito caro e de difícil reposição. Imaginemos a apreensão, a aflição daquele homem.

Estava trabalhando com capital de terceiro. O machado não era dele, e o machado caiu no fundo do rio. E por ter perdido a ferramenta que não lhe pertencia, daí o seu clamor. Casos semelhantes hoje acontecem: alguém empresta um carro e se envolve num acidente com outro carro; outro levanta fundos em um banco pensando em um bom negócio, a situação e as condições econômicas se alteram, e lá se vai o investimento, retira-se um bom dinheiro e aplica-se em ações que se desvalorizam da noite para o dia; outro investe tudo quanto pode acumular e aplica num negócio que tem tudo para dar certo, mas um sinistro: roubo, avarias, incêndio, põe tudo a perder.

Ai! Meu Senhor, o machado não era meu! As águas do rio Jordão descem com muita força. Não é em todo o lugar, e em qualquer fase do ano, que alguém naquela época recuperaria o machado que provavelmente teria caído em lugar profundo.

O problema de trabalhar com o capital de terceiros é sem dúvida surpreendente e de duplo risco. Porque aquele que emprestou ou financiou não está livre de receber a notícia: Ai! Meu Senhor ! O machado caiu e está no fundo do rio. Quando acontece um desastre, os amigos e parentes ficam sobressaltados, inertes, muitas vezes, sem saber o que fazer. Uma outra coisa muito importante no que estamos considerando é o caso do capital, isto é, o de ter-se algumas coisas, bens de uso, bens duráveis que certamente dão ao cidadão conforto, alegria e segurança. Há milhões que durante toda a sua vida perseguem um sonho que é o de acumular bens.

Bens tangíveis, materiais bens que possam ser ostentados, os quais às vezes, trazem mais tristezas do que alegrias. Jesus nos adverte: Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem e os ladrões não minam e não roubam. Mat. 6: 19 – 20.

O Senhor Jesus, nos dá a opção o melhor investimento “ajuntai tesouros nos céus”, com uma vida devotada para:

§ o conhecimento da vontade de Deus;

§ arrependimento sincero de tudo o que até aqui fizemos de vão;

§ fé no nome precioso de Senhor Jesus como Salvador único e suficiente;

§ confiança concedida por Deus quando o homem toma posse do penhor de sua salvação, o Espírito Santo.

O homem que estava lenhando, de repente se sentiu ainda mais pobre, vazio, endividado e envergonhado, e por isso gritou: Ai! Meu Senhor o machado caiu no fundo do rio e era emprestado. Muitos estão na área religiosa com machado emprestado.

Eu nasci nessa religião e vou morrer nela. Meu pai fazia assim e eu vou continuar. Machados emprestados que poderão desaparecer. A parábola das 10 virgens nos contada por Jesus nos ensinam que na hora quando Jesus voltar, alguns estarão sem azeite em suas lâmpadas e irão desesperadamente pedir dai-nos um pouco do vosso azeite. Até aquele momento, ainda pessoas estarão trabalhando com o capital de outros, mas ficarão de fora. Hoje é o dia, adquira pela fé a salvação eterna.